A cidade de Bauru, interior do Estado de São Paulo, registrou na manhã desta terça-feira (24), por volta das 7h, uma rebelião que culminou com a fuga de 152 reeducandos do Centro de Progressão Penitenciária (CPP) III, antigo Instituto Penal Agrícola (IPA). A maioria cumpre pena em regime semiaberto, aquele onde saem durante o dia para trabalhar.
As primeiras informações eram desencontradas e os veículos de comunicação, por meio de seus profissionais, acionavam suas fontes. Além de furo de reportagem, estava em jogo quem atrairia mais telespectadores, ouvintes ou leitores com suas informações sempre atualizadas.
Recentemente escrevi um artigo intitulado “Jornal Impresso: crise de identidade pode determinar seu fim?” e lá eu já dizia um pouco mais do óbvio: a necessidade dos veículos de comunicação aceitarem a multiplataforma, convergindo o impresso, a rádio e/ou a TV com o on-line.
E neste conturbado dia 24 acompanhei, como de costume, as notícias entregues por cada veículo da cidade. Quase todos com equipes de primeira nas ruas e nas redações, em um trabalho conjunto.
Mas teve uma situação que me chamou a atenção e vem ao encontro do debate proposto sobre a multiplataforma no jornalismo sem tirar o foco de sua essência de informações claras, objetivas e confiáveis.
Era a 94 FM Bauru, que esteve no local com sua estagiária Amanda Sanches e o motorista José Maria Ávila, popular e carinhosamente conhecido por Zé.
De início, a Polícia Militar (PM) e a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) não confirmaram a rebelião. Com um tirocínio apurado e instinto jornalístico, repórteres e editores na redação seguiam seus contatos com as fontes em busca do que noticiar seguramente para a sociedade o que ocorria.
De acordo com Amanda Sanches, foram 40 minutos intensos de apuração até que, por volta das 9h30, um dos comentaristas da emissora conseguiu confirmar os fatos.
Começou então um verdadeiro show de jornalismo. O como utilizar a multiplataforma, o como uma equipe bem alinhada e profissional faz a diferença nesse modelo e também como a humildade em não se julgar superior traz neutralidade e segurança nas informações.
A 94FM nesse instante deixou de ser uma emissora de rádio. Ela alcançou seu público e a muitos outros que sequer tem por hábito ou a possibilidade de sintonizar sua frequência 94,5 Mhz ou ouvir pelo site.
Mostrou claramente a aceitação de uma das suas principais identidades: informar, sem rejeição a sair de sua zona de conforto.
Uma repórter e um motorista que estavam lá no CPP III de Bauru para noticiar uma rebelião pelas ondas do rádio tiveram a ideia de fazer uma “live” no Facebook. A ideia foi para a prática.
Mas “pera”, a 94FM Bauru é uma rádio. Qual o sentido de ir às redes sociais?
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